E se eu te contar que os diplomas já estão sendo substituídos pelas habilidades?

Edu Valladares
5 min readApr 20, 2023

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o Fórum Econômico Mundial trouxe, em seu último estudo, essa chamada pra ação: uma nova abordagem de aprender por habilidades [Here’s why education systems need to start taking a ‘skills-first’ approach].

Teaching attitudes and values helps children to become resilient lifelong learners and active global citizens. Image: World Economic Forum.

aqui, na edu vlld, aprofundamos um pouco mais essa visão e defendemos o conceito autoral da <Aprendabilidade — habilidade de aprender com vulnerabilidade>

arte criada pela EDU VLLD

Não somos preparados/as para enfrentar as instabilidades que aparecem. Quando algo fora da ordem acontece com a gente, queremos logo “organizar”, botar na caixa. Não nos permitimos sentir o desconforto, não gostamos de experimentar os efeitos em nossos corpos, em nossa respiração ofegante, em um coração palpitando mais rápido. Será que toda linha fora da curva é ruim? Será que o desencontro, o imprevisto, o incerto, não escondem, em suas entrelinhas, uma potência transformadora?

por isso, também defendemos a máxima:

não é sobre seguir caminhos. é sobre criar futuros.

é impressionante como somos impulsionados/as, ao longo das nossas vidas, a nos conformar, a seguir, a obedecer um sistema, o status quo, o padrão levantado, com as opiniões e comportamentos dos outros. isso começa com as crenças escolarizantes, dentro das famílias, e, por continuidade, nas organizações corporativas.

baseando-se nessa premissa, é inquestionável a necessidade de investirmos em habilidades socioemocionais — também conhecidas como soft skills — quando o assunto é o presente e o futuro do trabalho. já é sabido por profissionais, educadores/as, instituições e organizações nacionais e internacionais que vêm pesquisando sobre o tema a sua devida importância, trazendo um melhor aproveitamento e desenvolvimento, tanto pessoal, quanto profissional.

em seu livro Future Skills: The 20 Skills and Competencies Everyone Needs to Succeed in a Digital World (“Habilidades do Futuro: As 20 habilidades e competências que todos precisam para ter sucesso no mundo digital”, em tradução livre), Bernard Marr fala sobre como o sucesso e o resultado dessas habilidades nos trazem a necessidade de entender como a tecnologia vai impactar (e já impacta) o nosso mundo e como essas skills devem ser estimuladas e desenvolvidas para suprirem o que as máquinas não fazem.

no artigo publicado no site da revista Forbes, Marr cita 10 habilidades abordadas no seu livro e que ele afirma serem indispensáveis para o presente/futuro do trabalho e o surgimento de áreas profissionais da próxima década. dentre elas e trazendo para a área da educação, destacamos:

  • Inteligência Emocional (nós aqui preferimos, por questões conceituais, chamar de Educação Socioemocional)
  • Criatividade
  • Curiosidade
  • Aprendizado Contínuo

Marr define a Inteligência Emocional como “a capacidade de expressar e controlar nossas emoções”. logo, falar sobre inteligência emocional é falar de sentimentos — todos eles — bons e ruins. é saber gerenciar e administrar as emoções e entender de que forma elas influenciam a nossa vida social, nosso dia-a-dia e nossas relações. para o psicólogo, jornalista e pesquisador sobre o assunto, Daniel Goleman, é “a capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e dos outros, de nos motivarmos e gerirmos os impulsos dentro de nós e em nossos relacionamentos.”

em um mundo cada vez mais robotizado, a Criatividade se tornará uma das habilidades mais desejáveis no mercado de trabalho, justamente por não ser possível desenvolvê-la em ou por máquinas. segundo Marr, “o pensamento criativo, como ter novas ideias, resolver problemas, imaginar além do que já existe e implementar ideias para corrigir problemas e melhorar as coisas, também será fundamental no futuro.”

finalizando com a terceira habilidade que destacamos aqui, Curiosidade e Aprendizado Contínuo, para Bernard Marr, “seja qual for sua idade ou setor, adotar uma mentalidade de aprendizado contínuo é fundamental para ter sucesso. A curiosidade e a busca por aprendizado te ajudam a permanecer flexível e aceitar as mudanças, além de manter suas habilidades afiadas para que você possa acompanhar as principais mudanças que já estão ocorrendo.”

dito isso e considerando o universo educacional, podemos concluir que a aprendizagem não funciona sem sentimentos. a educação não funciona sem vulnerabilidade. (saber) gerenciar as emoções e reconhecer nossas vulnerabilidades, ao mesmo tempo em que se torna cada vez mais desafiador diante de um mundo digital, se transforma em uma preciosidade, a ponto de ser um diferencial buscado no mercado de trabalho atual e futuro.

dessa forma, quando pensamos nas soft skills + educação socioemocional + presente e futuro do trabalho, entendemos a <Aprendabilidade — habilidade de aprender com vulnerabilidade> como a peça chave que permite um melhor aproveitamento e desenvolvimento da #aprendizagem. uma potente ferramenta de #autoconhecimento, de #empatia, que atravessa o #afeto e nos possibilita #sentir e #apreciar. que nos faz entender que aprender é um ato de coragem, é aceitar que o fracasso não só faz parte do processo de aprendizagem, como é fundamental, é abraçar o não-saber.

é despertar uma mentalidade de crescimento, de desejo de aprender.

a Aprendabilidade nos faz querer criar e pensar novos futuros, ao invés de apenas seguir caminhos.

arte criada pela EDU VLLD

e esse conceito é sustentado pelo tripé: conexão, habilidade e estratégia. são os fundamentos que conectam, sustentam e geram a Aprendabilidade.

  • Conexão: O que te abre o canal para passar a ter confiança em outra pessoa?
  • Habilidade: Ter uma habilidade é um talento ou é algo que pode ser desenvolvido?
  • Estratégia: Qual a diferença entre imaginar uma vida e desenhar uma vida?

os fundamentos da Aprendabilidade que constituem seu tripé formam um sistema sequencial e, ao mesmo tempo, interdependente.

  • Sequencial, pois é preciso, em primeiro lugar, gerar conexão para identificar, reconhecer e despertar habilidades; para poder fazer um bom desenho das habilidades e saber usá-las, é preciso estratégia.
  • Interdependente, pois, sem gerar conexão, não há como identificar, reconhecer e despertar habilidades. sem identificar, reconhecer e despertar habilidades, não há como criar estratégia para um desenho de vida que faça sentido com quem a pessoa é (seguiremos mesmo padrão atual). sem estratégia, não há como potencializar habilidades/saber usá-las para um desenho de vida.

tá fazendo sentido?

em um próximo artigo, vamos aprofundar mais essa relação e explicar como podemos criar/desenhar estratégias através de métodos, planos de ação ou caminhos.

se você tiver interesse em como pode aprofundar esse conceito na sua caminhada da aprendizagem, no seu time, na sua liderança, só nos escrever por aqui ou por email: edu@vlld.com.br

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