Você nunca termina de projetar sua vida

Edu Valladares
6 min readJun 29, 2023

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[Pensar como um / uma designer]

Práticas para aprender a desenhar uma vida mais satisfatória

| esse artigo foi elaborado pela Head de Conteúdo Gabriela Korman

Falamos muito sobre a importância de planejar nossas experiências de vida, metas e até planos de aprendizagem, mas muitas vezes, quando algo não sai como o esperado, a frustração é tão grande que acaba por nos paralisar. Aqui na edu vlld, acreditamos que o conceito da <Aprendabilidade: a habilidade de aprender com vulnerabilidade> pode auxiliar a navegar com mais clareza, assertividade e decisão nos mais variados tipos de processos. Porque mais do que planejar, diagnosticamos como resolver os problemas que aparecem no caminho não como empecilhos, mas como alavancas para prosseguir.

Nossa proposta é desenvolver a aprendizagem através do sentir, aprender a ~pensar como um / uma designer.

Mas como fazer isso?

Assim como um/a designer cria um projeto, considerando aspectos como funcionalidade, estética e experiência do usuário, desenhar um processo pessoal implica tomar decisões conscientes sobre o caminho que você quer seguir, considerando seus valores, paixões, objetivos e aspirações pessoais.

Por isso, temos como base da Aprendabilidade os fundamentos do tripé

C.H.E — [Conexão — Habilidade — Estratégia]

A estratégia é a capacidade de integrar nossas habilidades — após reconhecê-las — e saber conduzi-las e coordená-las em direção a um caminho.

Esse caminho é o desenho. A estratégia é a realização de um desenho único, a partir do reconhecimento de suas habilidades, do que você pretende fazer, do que você gosta, do que você sente e de quem você é.

Desenhar sua vida envolve ter proatividade na definição de seus próprios rumos, em vez de seguir um caminho pré-determinado ou deixar que as circunstâncias levem sem um direcionamento claro. Isso significa refletir sobre suas metas, sonhos e prioridades, e, a partir disso, tomar ações concretas para criar uma vida que seja alinhada com esses aspectos. 😉

Ao desenhar sua vida, você considera diversos aspectos, como carreira, relacionamentos, saúde, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, desenvolvimento pessoal e outros temas que são importantes para você.

Faz sentido?

É um processo contínuo de autoconhecimento, exploração, experimentação e ajustes à medida que você aprende mais sobre si e sobre o que funciona ou não para você.

Vamos voltar ao design:

será que o mesmo processo usado pelos / pelas designers não pode ser usado para sua vida pessoal?

Bill Burnett e Dave Evans no livro “O Design da Sua Vida” argumentam que a vida também pode ser vista como um problema de design, e que aplicar os princípios do design thinking pode ajudar as pessoas a criar uma vida mais gratificante.

O design thinking é uma abordagem amplamente utilizada no campo do design para resolver problemas complexos. Uma das principais ideias do livro é a importância de adotar uma mentalidade experimental.

Não adianta a gente planejar toda uma vida antes de ela acontecer, certo?

Por isso, é importante experimentar diferentes caminhos, prototipar ideias e testar soluções para descobrir o que realmente funciona — igualzinho ao processo de um/a designer na criação de um produto, por exemplo.

Como muitas vezes falamos, assim como os processos do design, a Aprendabilidade defende a aprendizagem através do fracasso: isso nos ajuda a se adaptar constantemente à medida que os planos mudam, que a vida acontece.

Abraçar a incerteza, experimentar diferentes possibilidades, adotar uma mentalidade de aprendizado contínuo: todos esses “lemas” podem nos ajudar a desenhar uma vida mais gratificante, com menos ansiedade e mais clareza.

A questão é que é muito difícil de enxergar objetividade nestes processos.

Por onde começar?

Como aplicar?

Inspirados/as pela ideia de pensar como designers, decidimos adaptar algumas das etapas do design thinking e aplicar seus princípios e abordagens em processos pessoais — podem ser individuais ou coletivos. Você pode pensar em uma meta específica que queira atingir, por exemplo, e seguir as etapas abaixo.

Vamos lá?

[DESENHANDO MEU PROCESSO]

1. Empatize (com você!): Assim como no design, comece compreendendo a si mesmo/a e suas necessidades.

🔶 Quais são seus três principais valores?

🔶 Quais são suas três principais habilidades?

🔶 Quais são suas três principais paixões?

🔶 Faça uma autoavaliação honesta para entender o que é realmente importante para você.

2. Defina o problema: Identifique quais aspectos da questão que está te incomodando você gostaria de melhorar ou mudar. Pode ser sua carreira, relacionamentos, saúde.

🔶 Separe em dois grupos: aspectos que você quer melhorar (ou seja, você aceita aquilo, mas quer que seja melhor) e aspectos que quer mudar (ou seja, você não aceita mais aquilo, quer retirar).

🔶 Defina o que pode ser feito por você e só por você, que não precise de questões externas.

3. Gere ideias: Aplique técnicas de brainstorming e questionstorming para gerar uma ampla gama de ideias e possibilidades para abordar o problema identificado. Não se limite a soluções óbvias ou convencionais. Não tente se basear no tempo das outras pessoas. Considere alternativas criativas e inovadoras.

🔶 O que você nunca tentou nem considerou fazer para resolver esse problema?

4. Prototipe: A partir das ideias/soluções que surgiram no passo 3, experimente diferentes opções e soluções.

🔶 Crie pequenos protótipos daquilo que você gostaria de experimentar ou implementar em sua vida.

5. Teste e itere: Coloque suas ideias e protótipos em prática e observe os resultados. Avalie o que funciona e o que não funciona. Esteja aberto/a a ajustes ao longo do caminho. O ato de iterar é, basicamente, repetir uma função por um determinado período de tempo até que uma condição seja alcançada. O processo de design thinking é iterativo, e é importante aprender com as experiências e fazer melhorias contínuas.

Não desista. As coisas levam tempo, são difíceis e dão trabalho.

6. Tenha uma mentalidade experimental: Tente começar a pensar na vida como um experimento contínuo. Isso não significa que não queremos ou que não precisamos de estabilidade ou que não temos consciência de que, para correr certos riscos, é preciso ter um lugar para cair com segurança.

No entanto, se questione:

🔶 O quanto estou disposta/disposto a correr riscos?

🔶 Até onde é o meu limite? Será que consigo alargar esse limite?

🔶 Estou disposta/disposto a sentir o fracasso?

Anote seus sentimentos quando as coisas não derem certo. Quanto mais clareza você tiver, mais você vai saber até onde consegue ir.

7. Encontre seu fluxo: Busque atividades e experiências que tragam um senso de engajamento e satisfação.

🔶 Quais os momentos e atividades que você se sente mais imerso/imersa, que te dão uma energia diferente?

🔶 Identifique esses momentos e essas atividades: elas representam #conexãoe #habilidade.

Desenhar sua vida não significa que tudo será planejado de forma rígida, mas sim adotar práticas que permitam explorar diferentes opções e ajustar seu percurso — e inclusive, ao longo do trajeto, encontrar novas oportunidades.

Cada pessoa tem uma jornada única.

Aplicar o processo do design às nossas vidas pode ser uma forma de chegar mais perto daquilo que você valoriza e de quem você é.

Te convidamos a experimentar estas práticas da Aprendabilidade.

E tomara que elas façam sentido na sua caminhada.

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designer de experiências de aprendizagem

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